sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Cobranças

Dizem que só depois da quarta-feira de cinzas é que inicia realmente o ano no Brasil. Então nesse clima pós-carnaval, nada mais apropriado do que falar sobre cobranças. A princípio podemos pensar naquelas mais fáceis de identificar. Aquela obrigação que algum familiar, amigo ou até mesmo um simples conhecido te aponta na maior naturalidade. “Como não pagou as contas?”; “Está na hora de arrumar emprego”; “Ainda não fez a matrícula naquele curso/academia e etc’’; “ E o namorado(a)/noivo(a)/esposo(a)?”; “ Pretende ter filhos quando?”. Essas são algumas falas que me lembro quando penso em cobranças sociais ou externas.

No entanto, ao falar sobre esse assunto, o que mais interessa é saber de que forma escutamos as “ladainhas”. Acredito que muitas vezes permitimos que as cobranças sociais afetem nosso próprio julgamento, seja porque nos identificamos com elas, seja porque estamos vulneráveis à opinião alheia. O importante é observarmos porque ficamos tão apreensivos, irritados e desconfortáveis ao receber a “notificação” de alguém. A forma como escutamos e assimilamos pode fazer uma grande diferença em nossas vidas.
 Percebe-se, então, uma outra forma de cobrança, que nomeio como interna. Independente das promessas que fazemos no início de ano, existem aquelas que inventamos durante anos, meses, semanas, dias, horas... Tais promessas freqüentemente disfarçam-se em cobranças. Mas essas cobranças são pouco perceptíveis, considerando nossa dificuldade de identificá-las e diferenciar das externas.

Sabendo que o ser humano é constantemente influenciado pelas cobranças (internas e externas), é possível, em primeiro lugar, diferenciá-las e verificar real importância delas na sua vida. Em segundo lugar, que tal fazer algo para que elas desapareçam ou minimizem?

Sendo nós os principais cobradores do que devemos ou não fazer, podemos ver as obrigações com menos rigidez e, a partir daí, colocarmos em prática apenas o que julgarmos saudável para nós. 
Fica a sugestão e não a cobrança!


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