sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

No final das letrinhas...


Um dia desses estava vendo com minhas amigas o filme Amizade Colorida (Friends with Benefits) e fiquei muito pensativa a respeito de um tema: o amor idealizado. A história do filme basicamente fala da amizade de um homem (Dylan) e uma mulher (Jamie) que fazem o acordo de serem “amigos coloridos”, ou seja, manterem a amizade acrescida de um envolvimento sexual sem compromisso, em outras palavras, sem fidelidade um ao outro. Até aí considerei uma relação afetiva bem distinta daquela retratada na maioria dos filmes hollywoodianos. 

Entretanto, em um momento do filme Jamie percebe que está se envolvendo na relação com seu amigo. Dylan, por sua vez, não consegue admitir e aceitar que também está gostando de Jamie mais do que gostaria como uma amiga. Previsivelmente os dois terminam juntos no final e eu caio mais uma vez na “pegadinha” de ver esses filmes do gênero comédia-romântica, imaginando que apresentariam um modelo diferente de amor.

Devo esclarecer que minha crítica não é aos “finais felizes” nos filmes, mas ao fato de não abordar outro modo de relacionar amorosamente em que os protagonistas não necessariamente terminem juntos no fim do enredo. Conversando com amigos, cheguei à seguinte conclusão: a maior parte de nossas frustrações amorosas é decorrente do modelo de amor idealizado que nos foi incutido pela mídia. Deixe-me explicar o que seria no meu ponto de vista esse modelo de amor idealizado. A relação idealizada comumente entre dois pares é aquela em que apesar da dor e sofrimento demasiados, o amor sobrevive e ultrapassa todas as barreiras.

O amor não deveria “sobreviver”, mas “viver” uma história prazerosa. Não deveríamos nos acomodar com a idéia de que sofrer é a medida do amor, a não ser que sejamos masoquistas. O único “sofrimento necessário” em uma relação afetivo-amorosa é ocasionado por ajustes e concessões entre os pares, e quando ela chega ao fim (porque sim, muitas relações terminam, apesar das letrinhas no final do filme não mostrarem).

Pode parecer triste ou até mesmo amargurada a minha constatação, mas o que gostaria de propor com esse texto é que podemos sim ser felizes e acreditarmos no amor, quando o mesmo é saudável para nós. Não temos garantias do final feliz, mas enquanto estamos amando e nos faz bem é muito bom, e é isso que importa. Bem clichê dizer que devemos aproveitar o momento presente, mas felizmente é isso o que temos em nossas mãos. Podemos escolher nosso próprio roteiro!



8 comentários:

  1. Acertou em cheio, Nise! Adorei suas ponderações...

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  2. Nise! Concordo com o que vc relatou, afinal, o roteiro do filme foi infeliz, já que os dois terminaram juntos e se amando, ao invés de apenas, amigos com direitos! Na verdade eu não acredito que amigos com direitos durem muito, pois, se o amor um dia chega, essa história de apenas "colorido" vai passar. Tem de saber muito bem onde começa uma coisa e termina a outra.
    Apesar disso, tb acho que é perfeitamente viável uma relação prazerosa, apenas, ter amor no meio.

    Tudo depende de como se sente esse amor, não pode confundir amor com obsessão, e esse é outro assunto pra vc abordar num próximo post! =)


    Beijos!!!

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  3. Luisa, também acho que na prática a "amizade colorida" não é muito viável, mas não duvido que existam exceções. Obrigada pela sugestão do tema sobre obsessão nas relações, está anotado!

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  4. Repassarei os comentários para algumas pessoas :)
    Parabéns!

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  5. Adorei Nise! Eu acredito em relacionamentos sem o "compromisso" e acho que dá para levar sem confudir o meio de campo! Tudo vai depender com quem vc está se relacionando...
    Bjus!
    ANA

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  6. Obrigada Ana! Relacionamentos sem o "compromisso" podem dar certo para várias pessoas, enquanto fizer bem aos envolvidos na situação.

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