Estava
revendo pela “milésima” vez o filme Quero
ser grande (Big), estrelado por Tom Hanks em 1988 e lembrado até hoje por
muitos adultos-uma-vez-crianças. Para aqueles que ainda não tiveram o prazer de
ver esse filme, farei uma breve contextualização. Josh, personagem principal do
filme, faz um pedido a uma máquina de desejos em um parque de diversões. Seu
pedido: quero ser grande. Sua vontade era parecer mais maduro, pelo menos
fisicamente, para uma garota de sua escola que ele gostava muito. O pedido, por
sua vez, foi realizado e no dia seguinte Josh, um menino de 12
anos, transformou-se em um homem de 30 anos. Obviamente, essa mudança drástica gerou
desconfortos e privilégios para o garoto.
Voltando
para a questão principal que me fez pensar nesse filme. Percebo como nós, sendo
adultos, crianças e adultos-crianças, queremos, muitas vezes, “pular” fases ou
momentos da vida. Tudo bem que já tenhamos vivido situações que gostaríamos de
adiantar para ver o que há em seguida, na expectativa de algo melhor e mais
excitante. Outras vezes, ansiosos buscamos a resposta de um problema no futuro.
E como somos seres curiosos por natureza inventamos formas de adiantar o
processo atual.
Penso
até que ponto isso pode ser saudável ou prejudicial para as pessoas. Por um
lado, viver conformado com o presente pode nos tornar acomodados e sem vontade
de buscar algo novo. Por outro lado, a ansiedade para ver um resultado sem
vivenciar o processo de tentativa e erro, talvez limite nossa visão e
aprendizagem. Afinal, quantas lições aprendemos antes de chegar a algum
objetivo? Creio que aprendemos muitas!
Ao voltar para a história inicial do garoto Josh, vejo que seu desejo de crescer era importante
para ele, pois queria conquistar uma menina muito especial. Entretanto faltou
refletir melhor sobre sua estratégia. Quem sabe, manter-se fisicamente do seu
jeito e buscar ganhar mais confiança para conversar e ficar mais próximo da
garota não o traria resultados mais eficazes?
Penso que a vontade de “querer ser grande” tem sua utilidade. Ela nos estimula a procurar nossos
desejos, ao mesmo tempo em que aproveitamos o momento presente com a curiosidade de uma
criança.