segunda-feira, 19 de março de 2012

Mudança de perspectiva



Estamos sujeitos à imprevisibilidade das relações humanas, ou seja, à mudança do foco e interesse que temos por uma pessoa e vice-versa. Como é estranho e curioso, ao mesmo tempo, que histórias de vida antes compartilhadas, agora não passam de vagas lembranças, borrões de memória, por assim dizer. As mudanças são tão recorrentes entre as pessoas que  é comum supor que estamos acostumados com tais acontecimentos. Não sei se na prática lidamos tão bem com essas “rupturas”. Contudo, posso afirmar que algumas vezes somos surpreendidos com a imprevisibilidade das amizades, namoros, casamentos e outros tipos de relações.

Pensando bem, a imprevisibilidade das relações está associada à mudança de perspectiva das mesmas. Em outras palavras, quando alguém modifica a importância que uma pessoa representa para si mesmo, na verdade está alterando também sua perspectiva sobre determinada relação. Uma observação: a importância atribuída a uma pessoa e a mudança de perspectiva pode ser consciente ou não para o responsável da ação.   


Saber que nossa visão atual sobre uma pessoa não é a mesma visão do momento em que a conhecemos e vice-versa pode ajudar a entender e aceitar melhor essas imprevisíveis relações. Talvez seja mais agradável pensar que não temos controle sobre os sentimentos do outro. Perceber que assim como já mudamos diversas vezes nossa perspectiva sobre várias pessoas, podemos mudar novamente sobre outras. Um borrão na memória pode parecer menos estranho agora, não acha?


7 comentários:

  1. Sempre achei muito estranho isso. E apesar de tudo, não consigo me acostumar! Dou importância demais às pessoas na minha vida, amo demais. Mas é bom mesmo se acostumar com essas coisas! Lindo texto, Nise!

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  2. Obrigada Victoria! Também valorizo bastante as pessoas que conheço em minha vida e acostumar com a incerteza das relações humanas nem sempre é fácil. Relativizar essas relações pode ser um começo!

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  3. Sim Nise, totalmente menos estranho! Tenho vários desses borrões e já acho que eles são super normais! Um dia existe uma pessoa que vc vê mto, um grupo de amigos que eram do inglês, depois do espanhol, depois do trabalho, depois da universidade e etc... tudo vai passando, algumas relações permanecem, porém, até nelas, o foco muda! =)

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  4. Somos seres em evolução, portanto mudamos, evoluímos. A diferença entre os que mais evoluem dos que menos evoluem está no quão consciente se dá essa evolução. Para termos consciência precisamos um conhecimento profundo de nós mesmo, do nosso mundo interno e do nosso propósito aqui nesse mundinho. No conhecimento de nós mesmo aprendemos a influencia dos pensamentos em nossas vidas. Pensamos se transformam em ações, ações viram habito e o habito transforma a sua conduta. Devido a certeza do que os pensamentos fazem comigo, hoje busco domina-los, tento eliminar os pensamentos inúteis e mantenho ativo os pensamentos úteis. Posso te afirmar que isso tem transformado a minha vida e, principalmente, a maneira com a que me relaciono com as pessoas.
    Ao invés de se preocupar com o outro, no sentido de querer entender o que se passa com aquele ser, é uma perda de tempo. Muitas vezes o próprio ser não tem essa resposta. Mas saber o que Se passa ou passou com você e fazer disso uma analise para o auto-conhecimento, é de uma riqueza infinita. Observar os pensamentos, anotar e estudara o nosso ser para o aperfeiçoamento é algo que poucos fazem e é o que faz diferença no nosso processo de evolução. Você tem completa influencia sobre o seu ser, sobre os seus atos e sobre.o seu futuro.

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  5. Concordo Luisa! Até as relações que permanecem estão sujeitas às modificações de nossa própria visão.

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  6. Obrigada Ana!

    Achei muito interessante seu comentário, Marta!
    Concordo em parte com ele. Acredito também que para nossa consciência ser mais evoluída, devemos conhecer bem nós mesmos, nossos pensamentos e como eles nos influenciam. Entretanto, não apoio a idéia de que temos total influência sobre nós mesmos, nossos atos e nossos futuros. Podemos ter uma grande parcela de responsabilidade sobre nossa vida, mas não desconsidero que estamos sujeitos à situações que não temos controle, mesmo conscientes.
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