Recentemente, assisti o filme "Ela" ("Her" em inglês)
protagonizado pelo ator Joaquin Phoenix e surpreendentemente pela
"voz" da atriz Scarlett Johansson (sim, somente sua voz). De forma
resumida, explicarei a trama desta história futurista. Theodore vê uma
propaganda e resolve comprar o produto oferecido: um sistema operacional (OS em
inglês). O sistema apesar de não ser um humano, possui inteligência e
sensibilidade de um.
A cada
dia, Theodore se surpreende com as habilidade de seu OS, que por sinal nomeou
de Samantha. A partir deste ponto, apresento minhas percepções sobre o filme.
Como a presença de um sistema operacional, ou uma "voz", melhor
dizendo, pode afetar o humor de um ser humano?
Enquanto pensamentos negativos e
autocríticos habitam nossa mente, a "voz" construída artificialmente
aponta uma forma de ver a vida e seus acontecimentos de maneira mais compassiva
e madura. Por exemplo, enquanto o personagem principal lamenta por não
conseguir dormir devido à diversos pensamentos não produtivos que passam por
sua cabeça, a "voz" de Samantha (OS) convence-o de que essas
preocupações não são úteis e sugere que ele tome uma xícara de chá para
relaxar. Ele, por sua vez, percebe como
essa "voz" o faz sentir melhor consigo mesmo.
De forma geral, interpreto essa
"voz" como uma parte de nós mesmos. Aquela parte que se diverte com
pequenas coisas, permite pensar novas ideias, faz companhia a nós mesmos em
momentos difíceis e tenta mostrar que a vida não é tão dura. É claro que amigos
e companheiros podem exercer tal função, mas nem sempre estaremos perto deles e
precisamos contar com a nossa
"voz" diariamente.
Ao sair da sala de cinema, percebi
uma sensação de conforto e alegria. Afinal eu havia descoberto que tinha essa "voz"
comigo. E você? Já descobriu a sua?
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