
Minha hipótese é de que o famoso friozinho na barriga surgiu
quando a primeira criança inventou alguma traquinagem e surpresa com o
resultado causado em seu corpo, começou a rir. Depois sentiu vontade de repetir
a atividade em busca da mesma sensação.
Pois bem, uma vez que somos adultos, também surpreendemos com
diversas situações e sentimos o mesmo efeito daquela criança faceira. A
sensação é acompanhada de um estranhamento, como se algo estivesse fugindo do
nosso controle (e realmente está). Após o reconhecimento dessa sensação,
passamos pela fase da apreciação, a qual pode ser lenta ou rápida.

A parte menos observada desse efeito, também chamado de borboletas
na barriga (tradução literal do inglês), é o seu fim. Após o efeito, o
indivíduo aprecia um momento de satisfação e bem-estar. Em seguida, as
atividades voltam ao seu curso normal, como se nada tivesse acontecido. Na
verdade, suponho que apenas “fingimos” voltar para nossa rotina, mas lembramos
de uma forma distante daquele friozinho gostoso de outrora.
Por exemplo, a simples lembrança do primeiro beijo pode nos
suscitar aquela mesma sensação juvenil de descobrir algo novo, e nem precisamos
inventar uma máquina do tempo para relembrar o que sentimos naquela época. A
imaginação faz a maior parte do trabalho. Seja o friozinho real ou fantasiado, ele
nos faz muito bem! Surpreende nossas vidas e nos incentiva a continuar adiante.